por Guilherme Armando Contrucci

O famoso seriado Lie To Me (Engana-me se Puder), protagonizado pelo ator Tim Roth, que interpreta o Dr. Cal Lightman (baseia-se no personagem real Paul Ekman), sendo exibido no Brasil pelo canal FOX Brasil desde 2009, mostra que é possível detectar fraudes e mentiras em todas as pessoas, especialmente naqueles que estão sendo investigados por delitos e crimes de toda espécie, através de técnicas comportamentais e estudos da linguagem e expressões do corpo humano.

No seriado, o Dr. Cal e sua assistente Dra. Gillian Foster (Kelli Williams) observam atentamente as micro expressões faciais das pessoas, além das expressões corporais que mencionei acima, dando subsídios técnicos para que a justiça possa tomar decisões mais assertivas quando o assunto é a condenação, ou não, de possíveis infratores ou criminosos.

Na comunicação intrapessoal, não só os sinais corporais e as tais expressões do rosto podem ser grandes aliados na persuasão e no convencimento, mas também outras percepções sutis são grandes aliados quando o assunto é a boa prática da comunicação, ou as negociações profissionais, incluindo aqui as práticas educativas entre pais e filhos ou professores e alunos no processo ensino – aprendizagem.

O best-seller de Roland Tompakow e Pierre Weil, O Corpo Fala (1973), mostra que centenas de movimentos e expressões corporais inconscientes, como por exemplo sentar com as penas abertas demais ou cruzadas, sorrir durante uma conversa, virar o pé esquerdo, virar as palmas das mãos para cima ou para baixo, cruzar os braços,colocar a mão no queixo e outros movimentos e gestos, são significados objetivos, embora inconscientes, que podem ser interpretados de modo benéfico ou elucidativo para todos que estiverem ouvindo a mensagem, no caso denominados receptores da comunicação interpessoal.

Não estarão aí as causas das “simpatias ou antipatias” que percebemos nas pessoas logo nos primeiros encontros, principalmente assim que elas começam a se comunicar? Lembram que escrevi sobre as quatro atitudes pelas quais uma pessoa é julgada, sendo que uma delas é “como falamos o que falamos”, usando teorias do Dr. Lair Ribeiro? Pois bem, as expressões corporais apontam imediatamente quando a nossa comunicação é bem aceita pelos receptores, alunos ou filhos, e como podemos fazer para transformar os ruídos da comunicação e mensagens agradáveis e de fácil entendimento; ou até se devemos interromper aquilo que estamos falando, contando, apresentando ou vendendo.

Por exemplo:

Observe os pés de um casal e veja que, quando sentados, ou de frente um para o outros, os pés deles apontam-se mutuamente, significando grande harmonia e entendimento. A mão esquerda da mulher, se estiver presa ao homem, pode significar um pedido de proteção, uma vez que a mão esquerda é a mão do sentimento e da emoção. Por outro lado, a mão direita do homem, a mão da proteção e acolhimento, pode mostrar que ele protege ou domina a mulher, quando no corpo dela está sua mão encostada.

Outro exemplo, é uma técnica para criar diálogo e relação de confiança com a outra pessoa, chamado de “espelhamento”, ou seja, imitar o comportamento do outro de forma sutil. Dessa forma, pode existir uma relação de reconhecimento no emissor da comunicação. Quando assumimos essa mesma posição fisiológica, estamos dizendo que “sou igual a você”.

Muitas escolas de comunicação pecam por ensinarem apenas as técnicas para formatar e juntar palavras e expressões, dando bastante ênfase ao quesito conteúdo, mas esquecem de dar atenção aos principais elementos que são a expressão corporal e o tom de voz.

Conhecendo algumas técnicas e sabendo analisar as posturas, todos podem se beneficiar desses conhecimentos.

Comunicação é uma arte!

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