Huberto Rohden (1893 – 1981) dizia que o julgamento é uma atitude daqueles que carregam consigo muitas frustrações existenciais, o mal da humanidade. Nas escrituras dos cristãos, quem julga o próximo, está condenando a si próprio; pois quem julga o outro acaba fazendo coisa pior.

É certo que, de algum modo, o julgamento está presente em nossas vidas, muitas vezes o fazemos sem perceber, achando que estamos apenas avaliando um fato ou alguém mas que, a rigor, é a mesma coisa.

Interessante notar parecer um padrão que o julgamento se dê por quatro razões claras e distintas. Essas razões não são um manual ou uma receita, são apenas impressões da vida real, e também visões de pessoas notáveis, como por exemplo o Dr. Lair Ribeiro.

Somos julgados, então, nessas quatro situações:

1 – O que fazemos,

2 – Como nos apresentamos,

3 – O que falamos, e

4 – Como falamos aquilo que falamos.

Sempre que estamos conhecendo alguém, seja no âmbito profissional ou pessoal, é fato que a primeira (ou segunda ) pergunta que nos fazem é justamente: “o que você faz?” Seja qual for a sua atividade, o julgamento está presente. Se a pessoa é, por exemplo, um coveiro ou um astronauta, um advogado ou um catador de lixos, o julgamento está presente. É claro que não menciono aqui as questões subjetivas, ou seja, um coveiro pode ser mais digno ou feliz do que o astronauta do exemplo. Mas o julgamento existe.

Como nos apresentamos é o segundo tipo de julgamento. Por exemplo, se a pessoa é um vendedor de uma loja de automóveis e está trajando um smoking, ele causará estranheza em todos – está bem vestido, elegante, mas inadequadamente com a sua atividade ou com o local. E assim se dão os julgamentos, quando o tema são as aparências.

Aquilo que falamos, a nossa comunicação verbal (falada ou escrita), é o terceiro tópico dos julgamentos. Nossas visões e valores são colocados à prova na medida em que nos expressamos, revelando como pensamos ou vemos a vida como um todo. A comunicação digital, essa tecnologia que deu um salto de qualidade e mudou o comportamento das pessoas e empresas, está revelando os valores e visões de mundo das pessoas. Antes, aquilo que se falava em bares ou roda de amigos, atualmente é conhecido por milhões de pessoas em todo planeta. Sempre cito o professor Conrado Adolpho (Google Marketing) que diz: “O que entra na internet nunca mais sai”. Portanto, cautela é bom antes de publicar qualquer pensamento.

E o quarto ponto, para mim o mais importante, é “como falamos aquilo que falamos (ou escrevemos)”. A responsabilidade pela boa comunicação é sempre do emissor, tenha isso em mente. Expressões como “você não está entendendo” pode ser substituída por “vou explicar melhor”, por exemplo. Trata-se, nesse caso, de uma comunicação assertiva e terapêutica. Podemos falar qualquer coisa de várias maneiras, sem contar o repertório do emissor, o meio e a forma. O objetivo deve ser alcançado (assertividade) seja para o bem ou para o mal.

Portanto, comecemos a dar mais atenção na forma como falamos aquilo que pretendemos comunicar. O mestre Aryeh diz: “O Sutil domina o Denso”.

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